
Esta semana tem vários marcos astrológicos que se vão fazer sentir nas nossas vidas.
O primeiro é a entrada de Marte no signo de Capricórnio, dia 16. Esta energia simboliza a necessidade de agirmos de uma forma mais pensada, mais estruturada. Significa que teremos pela frente tarefas em que precisamos fazer uso de persistência e de esforço continuado. De alguma forma, haverá um acréscimo de responsabilidades e de seriedade. Teremos mais presente o impacto que as nossas ações têm na realidade à nossa volta e estaremos mais dispostos a assumir compromissos e a esforçar-nos para dar o melhor contributo nos círculos a que pertencemos (família, trabalho, comunidade).
Nos primeiros minutos de dia 17, Mercúrio inicia o seu período retrógrado (período em que parece andar para trás, da forma como o vemos aqui da Terra), em Peixes, ainda por cima. O período retrógrado vai durar até 10 de Março. Esta fase é um pouco nebulosa, duvidosa, e já se tem feito sentir apenas pelo trânsito de Mercúrio por Peixes e por estar a abrandar… As certezas e a lógica escapam-nos um pouco (ou muito). É fácil haver desentendimentos, desencontros, atrasos e esquecimentos, por isso, é bom tentar ter o máximo de atenção possível e certificarmo-nos de que as nossas mensagens são bem recebidas e compreendidas.
Para aproveitarmos da melhor forma este Mercúrio retrógrado, devemos treinar a escuta ativa – a atenção verdadeira ao outro e ao que diz, não tanto pelas palavras, mas pela energia que emite. Porque, nesta altura, as palavras podem não ser as mais adequadas. Até podem faltar, enrolar-se… Mas se treinarmos a nossa verdadeira presença com o outro, se treinarmos os sentidos para além da interpretação «lógica», temos a oportunidade de solidificar as relações que estão bem e de curar as que não estão assim tão bem, através da compreensão e da compaixão.

Mas ainda antes de colocarmos o foco na interação com o outro, devemos entrar em contacto connosco. Não nos devemos esquecer que a realidade reflete o que temos por dentro e de que não vale de muito tentarmos mudar tudo o que está fora sem mudarmos alguma coisa do que está dentro.

É verdade que precisamos de agir, de arregaçar as mangas e de moldar a nossa realidade de uma maneira mais favorável, que nos dê um maior sentimento de segurança e apoio para o futuro. Mas isto não pode ser apenas ao nível material ou prático. Se nos focarmos apenas no que é tangível, quem perde é o nosso lado humano. É como construir uma casa e não fazer dela um lar.
Ouço demasiadas vezes a expressão «estou aqui para trabalhar, não é para fazer amigos». Claro que nem toda a gente vibra em sintonia connosco, isso é natural. Contudo, devemos sempre pensar acerca das nossas interações e o que levamos delas para casa (para dentro de nós). Da mesma forma que aquilo que comemos vai influenciar o nosso corpo físico (a sua forma, a energia disponível, a resistência a doenças…), as interações que temos ao longo do dia vão influenciar o nosso corpo emocional, tendo poder sobre o nosso humor e estado de espírito e determinando a nossa saúde psicológica e emocional (e com consequências também a nível físico).

No final da vida, quando estivermos prontos para fazer a transição, a única coisa que vai importar é o tipo de interações, o tipo de relações que tivemos – o que levamos e o que fica de nós vai ser a diferença que fazemos na vida dos outros. E como não sabemos o «prazo» que temos, é sempre bom rever as prioridades de hoje, a cada dia.

O Sol entra em Peixes, dia 19, ajudando-nos a fazer esse trabalho de abertura ao Amor, à energia divina. Traz-nos oportunidades de amolecer a dureza dos corações feridos, chama-nos para treinarmos a nossa capacidade de compreender e perdoar. Lembra-nos de que devemos descontrair e deixar a vida fluir. Precisamos de abrir mão de algumas coisas, para criar espaço para outras… Precisamos de colocar pontos finais e virar a página, para um novo capítulo.
A energia de Peixes convida-nos a fechar os olhos e confiar. Convida-nos a reavivar os nossos sonhos e a sentir as correntes emocionais que estão por trás de decisões e de comportamentos. E quando voltamos a tomar um contacto verdadeiro com o que sentimos, com o que nos motiva, conseguimos fazer uma melhor navegação dos nossos dias, das nossas vidas.
Ainda durante esta semana, vamos sentir Marte a interagir com Quíron e com Úrano. Vai ser sentido como um pico de energia, uma vontade de arriscar, de fazer diferente, mas que não é assim tão desprendida. É preciso cuidado com esforços físicos, para evitar lesões ou demasiado cansaço. Ainda que nos sintamos com mais vontade de nos movimentarmos, precisamos de ter presentes os cuidados com o corpo. De qualquer modo, há algumas coisas que parecem querer ir para a frente, mas o mais provável é que sejam coisas que tinham sido postas de lado, ideias ou projetos que têm estado em espera e que agora se podem voltar a desenvolver. Isto porque a tendência é retomar algo, não iniciar algo totalmente novo.
Esta energia permite-nos libertar de antigas amarras, dando-nos a confiança para fazermos alguma coisa que já há algum tempo queríamos, mas que achávamos não ser capazes…